Uma decisão histórica já deixa o mercado de charutos em polvorosa: graças à retomada das relações entre Estados Unidos e Cuba, muitos acreditam que o setor nunca mais será o mesmo. Se o maior comprador mundial e o produtor de maior prestígio puderem negociar livremente, os “puros” podem ficar mais caros e escassos no Brasil, porque os cubanos vão preferir vender aos americanos, dizem aficionados.
Outros acreditam que a qualidade pode cair, uma vez que os moradores da ilha de Fidel podem aproveitar a nova demanda de qualquer maneira e comprometer a lendária excelência local. Há ainda os que pensam que a abertura vai trazer um sopro de tecnologia e aperfeiçoar os charutos mais famosos do mundo.
Na semana passada, os EUA permitiram, pela primeira vez em meio século, que cada americano que visite Cuba compre US$ 400 em produtos, sendo US$ 100 em charutos e bebidas – uma abertura gradual, mas que já terá impactos. Os EUA compram anualmente 270 milhões de unidades de charutos premium, de um mercado global de 400 milhões de unidades. Compram da República Dominicana, Honduras e Nicarágua. Charutos cubanos, só por contrabando.
Alexandre Avellar, fundador do site Conexão Tabaco, diz que o assunto já é debatido entre os consumidores. Único brasileiro nomeado como “Hombre Habano” – espécie de embaixador dos charutos da ilha -, ele acredita que os americanos estarão ávidos pelos “puros”:
– No início, vai ter queda da qualidade e aumento do preço, até que a tecnologia chegue e Cuba se adeque à nova demanda – afirma Avellar, que já foi 31 vezes à ilha.
Tabacaria em Santos | El Patrón Tabacaria
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