“Charuto bom, tem que ser cubano”. Já faz muito tempo que essa frase não é mais uma verdade absoluta. Os charutos cubanos continuam sendo de excelente qualidade e reconhecidos mundialmente, mas outros países já produzem charutos excepcionais, como Nicarágua, República Dominica, Honduras e Brasil.
No fim do século XIX o Brasil era referência em charutos. As fábricas brasileiras, localizadas na Bahia, chegaram a produzir 40 milhões de charutos a cada ano. Hoje esse número é muito menor. A maior empresa Menendez e Amerino, que produz a maior e talvez mais conhecida marca brasileira, Dona Flor, não produz nem 3% do que era produzido na época.
De qualquer maneira, os charutos continuam a ser produzidos, inclusive com cada vez mais cuidado e requinte, uma vez que os próprios apreciadores estão cada vez mais exigentes. No recôncavo baiano, onde são cultivadas as plantas e produzido o charuto, cada tabaco recebe um nome de acordo com a região onde ele está.
Mata fina é o mais famoso da região. De excelente qualidade, é muito aromático e delicado. Leva esse nome pois está na região de Mata Fina (pouco mais de 100km de Salvador), onde a intensidade de chuvas é maior que no restante da região. As capas são colhidas uma a uma e secadas em celeiros, já as folhas para o miolo, ou tripa, é cortado a planta inteira e depois deixado para secar.
Mata norte é uma região mais seca e por consequência apresenta um solo diferente, o que faz com que o plantio seja mais tardio. Apesar de ser o mesmo tabaco plantado na região de Mata Fina, as folhas são secas ao ar livre, ficando expostas as mudanças de tempo. As folhas irão fazer um fumo mais picante e encorpado, ele é usado junto com outros para compor os blends.
Mata São Gonçalo, como o nome diz fica na região de São Gonçalo. Lá é utilizado o cacau como fertilizante. O que garante as folhas um brilho e texturas únicos, por isso essas folhas são utilizadas para fazer a capa dos charutos.
Existem outras regiões e outros tipos de tabaco sendo cultivados no Brasil, mas esses são os de maior expressão. E mesmo utilizando do mesmo tipo de tabaco, por causa do microclima de cada região, cada folha passa a ter características únicas, o que garante blens diferentes.
Com tabacos de ótimas qualidades, surgem charutos tão bons quanto. Alonso Menendez, Diogenes Puentes, Le Cigar, Siboney, Damatta, Monte Pascoal, e claro Dannemann e Dona Flor. Sendo o Dona Flor Seleção o primeiro charuto brasileiro a conseguir uma nota 92, na revista Cigar Aficionado.
Tabaco em Santos | El Patrón Tabacaria
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